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Como proposta de análise de questões relativas ao campus, o Observatório EFLCH dedicou atenção à relação entre os hábitos e preferências culturais com propriedades sociais dos alunos da EFLCH.

Alguns dos resultados desta análise podem ser observados nas páginas a seguir!

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Renda como principal fator do consumo cultural na EFLCH

Os alunos do campus advêm majoritariamente de camadas sociais vulneráveis, diferente de todos os outros campi da Unifesp, portanto, o acesso e consumo às diferentes modalidades de cultura é mais pautado pela renda da amostra do que por outras propriedades sociais relevantes, como diferenças de capital cultural herdado, raça\cor e gênero, vale ressaltar que estas questões estão atreladas à renda no contexto brasileiro.

O crescimento cultural e intelectual são o aspecto mais valorizado pelo público pesquisado, seguido da diversão no que poderíamos descrever como um conteúdo que agregue, mas também sirva como forma de entretenimento, contudo, quando verificamos os principais aspectos na escolha de uma atividade cultural, vemos como o fator renda se impõe pelo peso do preço para o acesso, como vemos no gráfico 2.

O gráfico 3 verifica a correlação entre as faixas de renda com a opção por o preço como fator mais relevante na escolha por uma atividade cultural. Conforme se pode observar, o fator preço tende a ter maior força nas menores faixas de renda. Contudo, cabe notar que as modalidades de consumo cultural têm pesos distintos na relação com a renda, ainda que o preço sempre apareça como relevante.

 

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As diferentes modalidades de cultura e a EFLCH

Museus e Exposições:
Quanto aos museus e exposições, no gráfico 4 se gênero ou tema sobressai como razão predominante, o preço ou gratuidade vem como segunda maior importância. Vemos, porém, que a alternativa em relação ao preço do ingresso não apresenta correlação relevante com a renda dos respondentes como é possível observar no gráfico 5.

 

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Teatro

Vemos no gráfico 6 que o preço é preponderante na relação com o teatro, contudo, quando verificamos correlação entre preço e a renda dos respondentes, se observa o mesmo fenômeno em relação aos museus, preço da atividade varia igualmente para as diferentes faixas de renda, como pode ser observado no gráfico 7.
Contudo, quando verificamos as modalidades de peças teatrais, além de ser notável a preferência dos alunos da EFLCH por peças autorais em teatros menores por companhias locais, vemos que o consumo de grandes atrações licenciadas, e também de maior custo financeiro é menor entre os de menor renda, conforme o gráfico 8.
Se a opção por um teatro fora do chamado mainstream pode ser considerado como posição política e afinada com um conjunto de ideais, há de se considerar a própria dimensão limitante do acesso aos eventos das frações dominantes em virtude da renda.

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Cinema


Quanto ao cinema, observamos no gráfico 9 que a maior parcela dos respondentes adere mais as salas de cinema comerciais onde em geral são disponibilizados blockbusters, como o Cinemark, seguido das salas dedicadas a um cinema “alternativo” e por último os cineclubes e centros culturais exclusivamente gratuitos.
A modalidade de cineclubes, teve baixa adesão entre os respondentes, mesmo considerando o espaço da EFLCH, contudo, vemos no gráfico 10 que há maior frequência dos cineclubes pelos alunos situados nas faixas de renda mais baixas, ao mesmo tempo, maior rejeição pelos alunos em faixas de renda mais altas, ainda que a correlação não seja tão forte como vemos em relação aos teatros:

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Música e o consumo fonográfico
Seguindo para a análise das preferências gêneros musicais, verificamos a adesão a eventos em três modalidades na como se pode observar no gráfico 11. entre as de maior reconhecimento popular e alto custo comercial, as de maior legitimidade cultural e por fim, eventos menores que compreendemos como alternativos, a maior parcela de alunos atende a apresentações musicais de cunho alternativo, seguido pelas atrações maiores e comerciais e por último apresentações de música instrumental e concertos eruditos.
No gráfico 12, que correlaciona a renda e a adesão aos tipos de eventos, se vê uma influência marginal da renda de maneira semelhante ao cinema, ainda que se possa apontar uma tendência, a correlação não é tão clara.
Contudo, verificamos a relação entre o consumo das categorias em relação a escolaridade dos pais, como forma de verifica, ainda que parcialmente, às relações com o capital cultural dos alunos da EFLCH. Como se observa no gráfico 13, o consumo de concertos clássicos ou óperas, modalidades tradicional que se estabelece como de maior legitimidade cultural segundo Bourdieu, apresenta correlação com os alunos que tem pais com formação superior, ou seja, de maior capital cultural.
Outras correlações e questões interessantes fora do âmbito economico também foram encontradas, cotundo não foram contempladas nesta apresentação. Cabe ressaltar também que não foi escopo desta pesquisa entender as razões das escolhas de maneira qualitativa, etapa que não foi realizada por conta da pandemia e outras dificuldades acadêmicas, destacamos a importância de uma exploração futura para compreender os repertórios e representações mobilizados pelos alunos da EFLCH de maneira mais crítica.

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